Três poemas do livro inédito "As coisas são as coisas"

Arte de Monet




Fim

Terminar em uma velhice trêmula
sem conseguir erguer um copo
ou segurar talheres
Mas os devaneios continuarão firmes
como quando pesávamos vinte anos

Certas aflições não são para esse corpo


Último Testamento

Não deveríamos cultivar coisas para depois.
O desapego é a faxina do corpo.
Algumas palavras não quedam ou se oxidam
duram mais que a própria boca.

34 comentários:

Caca disse...

Um "acerto de contas" com a vida fantástico, Angel! A beleza do epitáfio encerra-se na poesia. Ainda bem. rsrs. Muito bom, meu caro! Abraços grande. Paz e bem.

Ana SSK disse...

Grande parte das palavras dura mais do que a boca. Ou todas?

Pedro Du Bois disse...

Caro Angel, três excelentes poemas. Parabéns. Abraços, Pedro.

Alice Marques disse...

Nossaaaa, quanta excelência. Foram os melhores poemas que li atualmente.
Quero urgentemente este livro em minha pequena biblioteca. Deve estar repleto de sonhos, lembranças, signos e metáforas que só você sabe criar.

Poeta, és nosso novo porto seguro.

Beijinhos.

Alice

Vital disse...

Olá Angel, agradeço o convite para te ler e talvez ser lido por você.

Foi uma feliz descoberta poética.
Abraço.

Taís disse...

Muito, muito bom realmente. Todos os três...
bjos

Márcia Luz disse...

Nada a dizer... só a refletir.
Beijos.

Uma colagem disse...

O bom é abrir minha caixa de e-mails pela manhã, e me deparar com algo tão precioso e bom de se ler! :D

Obrigado pela recomendação!
Aguardarei a obra!

Abraço

Vivi disse...

Sem palavras perante a beleza dos três poemas.

Devemos fazer uma faxina na alma sempre. Espanar as mãos e os pés para andarmos em casa.

Gosteid e você, poeta.

Anônimo disse...

Belo !!


www.silenciandocompalavras.blogspot.com

Guto Leite disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Guto Leite disse...

Gostei de alguns versos, mas acho que outros poderiam ser mais lapidados. A síntese e a imagem são lições caras, mas que valem o preço. De toda forma, há grande sensibilidade no verso dos versos e acho que vale a caminhada. Um grande abraço!

Luciana disse...

Nossa que lindo, obrigada pelo convite, melhor dizendo presente.
"Algumas palavras duram mais que a propria boca"

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

caro amigo
o q vc escreve está certo
mas não é poesia
leia boa poesia e vai ver que eu tenho razão

Angel Cabeza disse...

Anônimo, a poesia está no chão, na terra, na árvore. O despercebido é poesia? Para que enfeitar a filosofia do branco? As rimas estão na capacidade dos olhos fechados.

Tenho os pés nas nuvens e alma no chão.

Obrigado pela visita.

Angel Cabeza

Lúcia W. Travelli disse...

Belos poemas, excelentes imagens.
Você está na linha dos grandes, como Walt com aqueles poemas confissões.

Arrancou-me lágrimas com o poema "Fim".

E para esses que disseram acima que não é poesia, não se preocupe. Inveja. Eles nunca leram nada moderno? Triste.

Sou professora de literatura e digo que és excelente! Nada para lapidar. Só seguir o seu caminho.

Beijos.

Cássio Amaral disse...

os últimos versos lembram a sutileza e a concisão dos haikais, dos samurais que sabem usar as palavras. muito bons poemas.

abração.

Kli disse...

Escrevo aqui, no tronco de uma árvore: Kli esteve aqui. É assim que a gente marca um lugar que visitou e que ficou marcado na memória.

... "é casado e possui três filhas..." será? Não se engane, meu amigo: quatro mulheres o possuem! (rs)
Abço.

Kli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Batom e poesias disse...

Adorei os três, e apesar de discordar em algumas questões filosóficas, é um jeito de se pensar.
Além disso, um poema é sempre um poema, e os seus são lindos!

bj
Rossana

Helena Figueiredo disse...

Olá Angel,
esta tua maneira de escrever agrada-me,
é simples, mas ao mesmo tempo muito bela.Parabéns!
Dá um saltinho ao meu blogue, pressinto que também vais gostar de ler os meus poemas.
Saudações de Portugal
Helena

Anônimo disse...

Caro Angel, estive lendo tua entrevista na revista Capitu e não pude deixar de comentar: sua leveza e simplicidade me dão inveja. Quanto eu gostaria de escrever assim! Principalmente quando leio Mário Benedetti, que possui essa claareza e tom de conversa que tu possui.

Foi uma feliz leitura e um grande achado este teu blog. Falta-me agora o livro.

Abraços.

Virgínia do Carmo disse...

Poemas imbuídos de uma extrema e sábia sensibilidade. Gostei muito!

Um abraço

Virgínia do Carmo disse...

Poemas imbuídos de uma extrema e sábia sensibilidade. Gostei muito!

Um abraço

L. Rafael Nolli disse...

Meu camarada, três grandes poemas que nos dá uma ideia do belo livro que você vem preparando!

Raras são as pessoas que conseguem fazer com que suas palavras durem mais que a boca! Sábio poema, esse último testamento.

Dominique disse...

Não sei de onde você tira tanto material para a poesia.
Seus versos podem ser simples, delongados, mas essa é a nova visão da poesia.

Li Gonçalo M. Tavares e amei, assim como amei ler os teus.

Ainda existe modernidade para a poesia.

Beijos.

Anônimo disse...

Caro poeta, não tenho muito o que me delongar com tua forma prosaica de redarguir o mundo. Acho-te essencial, fino e simplório, coisas que todos nos precisamos guardar.

Adoro poesia clássica, rimas, imagens, mas depois de te ler meu conceito mudará para sempre. Como pode alguém saber tanto da vida em simples conversas? Como pode alguém gravar o som divino sema rima parnasiana?

Exímio poeta, deixo o meu contentamento contigo e a esperança de te ver em todos os meios de comunicação, pois seus poemas merecem ser lidos por todos. Não enfadonham como a nova geração nos apresenta.

Abraços de cá.

tania.cabeza33@gmail.com.br disse...

Poema escrito de forma clara e concisa este seu poema Fim é maravilhoso é de uma sabedoria indiscutível
Que não se pode ou não se deve discutir.
Que se impõe por sua evidência.
Parabéns!

Da sua....Tanya Cabeza!!

Regina Gaiotto disse...

Poeta,
Quando li: "Certas aflições não são para esse corpo" ... "algumas palavras não quedam ou se oxidam, duram mais que a própria boca" tive uma intuição muito forte. Esse menino é um Fernando Pessoa, um Drummond, um João Cabral que ressurge? Não, ele é Angel, nosso poeta daqui que caminha para ficar na galeria, junto àqueles outros que muito amamos. Isto quer dizer,também já lhe amamos como poeta!Bjs.
Regina Gaiotto -Tietê/SP

Regina Gaiotto disse...

Angel,
Agradeço a visita ao meu blog.
Esse verso "Minhas recordações são apenas os pés do caminho" me espantaram.
Estou vivendo um momento de desmontar a casa de uma pessoa querida, mas que guardava muitas recordações em caixinhas, embrulhadas em lencinhos, papeizinhos e envelopes. Dói mexer em coisas alheias. O alheio que já não está entre nós...
Você me perguntou se sou jornalista. Não. Sou apenas associada da UBE - União Brasileira de Escritores-SP.

Anônimo disse...

molto intiresno, grazie

Atitude do pensar disse...

Saudosismo: Grande parte do que somos refere-se aquilo que vivemos, como não guardá-los? O saudosismo, não precisa ser regado a arrependimento, a prisões, mas sim, de lembranças que nos tornaram o que somos. É o passado e o presente que traça em nós nuances de "ser".
Mas poesias, são poesias. E cada um é cada um.
P.S. conheci seu blog pelo meu e-mail, não sei como chegou, mas agora tô aqui.
Inté,
K.

mollymell disse...

Olá Angel, não sei como isso é feito, mas recebi uma email me convidando para visitar seu blog, que aliás é muito bom.
Gostaria de convidá-lo a visitar meu blog também, e se gostar, segui-lo.
Abraços.