PROMOÇÃO COPA 2010 - CONCORRA AO E-BOOK VIDRO DE GUARDADOS



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Leiam, comentem e participem.



A CULPA É DA BOLA

Sempre deixo claro quando vou falar de futebol que nada sei sobre futebol, a não ser que é um esporte onde vinte e dois homens correm atrás de uma bola, durante noventa minutos com intervalo entre eles. Entro e saio da sala durante o jogo e tudo continua na mesma. 
Há quem se esgane por um time. Nem mesmo tenho time. Só acompanho os jogos da copa que, como já disse em outra crônica, merece nossa atenção por patriotismo. Para dar uma ideia do problema, não sei sequer a escalação do time do Brasil nessa copa de 2010. Sei que Dunga fez escolhas que não foram lá grandes coisas, isso porque os outros me contaram ou ouvi reclamações por aí. E não sei porque tanta reclamação. Ele deve saber mais do que nós, afinal, já atuou como jogador e trabalha nisso há mais tempo. Somos apenas espectadores intrusos. 

Embora não seja bom em futebol,  sou muito bom em reparar desculpas esfarrapadas.

Dessa vez comprei garrafa do Brasil e tudo para acompanhar os jogos, que desde antes de começarem já anunciavam a preocupação dos times quanto a grande responsabilidade da vitória: as desculpas esfarrapadas dos jogadores. Talvez para se resguardarem de possíveis derrotas, e até mesmo uma desclassificação, mal entramos o mês nos aquecendo e já colocaram defeito... na bola. A culpa de uma possível derrota nessa copa é única e exclusivamente da bola, uma nova bola com design arrojado que embelezou o campo e transformou-se em sina para os jogadores. Até nome tem: Jabulani. 

E eles reclamaram de tudo: da cor, do peso, da circunferência, e de outras coisas mais. A bola é a vilã da copa de 2010. Meio sobrenatural, ela faz coisas que até Dunga duvida. Se leva uma cabeçada em direção ao gol, a bola sobe como foguete. Se recebe um chute de frente, sobe como pipa. Se leva um carrinho ou uma bicicleta, a bola faz um “de-feito” e vai se esparramar na arquibancada com toda a maestria de seu atacante. Pode ser, pode ser.

Jabulani, nome que acho meio esquisito para uma bola, assim como também Vuvuzela, mas que pode colar como nome de recém-nascidos nessa época (Jabulani Oliveira dos Santos ou Vuvuzela Amaral Fernandes), já foi tachada de bola de supermercado, coisa absurda até mesmo para eu que não entendo nada de futebol. As bolas de supermercado são chamadas de "bolas ventania", pelo menos quando eu jogava uma pelada. Bastava um chute para que subisse e desaparecesse no horizonte de tão leve. Uma bola de jornal era mais pesada. Jabulani, não, não pode ser considerada uma bola ventania. Tudo bem que ela se mova sozinha mesmo depois do chute, seguindo na direção que bem entender e não na que o atacante quer. Mas taxá-la de vagabunda, isso nunca. O que me parece é que os goleiros estão com medo dos frangos e começaram a sofrer da síndrome da bola furada. Foram só alguns gols tomados para que começassem a falar em maldição, bola torta e até mesmo espíritos que tomaram a bola. Isso está descartado. Nada de errado com a Jabulani. Errado mesmo são os jogadores, que preferem desculpas esfarrapadas a assumirem que foram mal. Culpar a coitada da bola é fácil; complicado é fazer bonito.

Portanto, não precisam mais chamar um exorcista para tirar da bola os espíritos enclausurados que possam ser responsáveis pela derrota dos times. Basta empenho. Mas como não sei nada sobre futebol, não falarei mais. Pode ser que a bola esteja mesmo incorporada ou um pouco ovalada. Deixemos as suposições para eles. Eu quero mesmo é que a copa termine e voltemos aos dias normais, com o Brasil erguendo a taça, claro.